O desenvolvimento acelerado das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs – transformou o contexto de todos os negócios e, especialmente, a vida das pessoas que atuam neles.

Não se trata apenas de domínio de novas ferramentas para substituir o velho “Quadro Negro” nas escolas, ou o retroprojetor, ou a audioconferência nas organizações.

Estamos nos referindo à necessidade de adaptação às crescentes mudanças de um mundo em constante avanço tecnológico, que exige, cada vez mais, que os profissionais se tornem capazes de lidar com os desafios decorrentes dessas mudanças. Desta forma, o papel da Universidade Corporativa (em rede, ou não ainda…) é atuar em três frentes de mudança: nas metas de aprendizado, no foco de desenvolvimento de habilidades para novas maneiras de pensar e nas capacidades que ajudarão os empregados a ter bom desempenho agora e no futuro.

São dois os objetivos: desenvolver pessoas e também preparar a empresa para o sucesso!

Para que a mudança atinja toda a organização preparando-a para a transformação digital, é necessária uma forte liderança que atinja todos os níveis hierárquicos de forma a projetar, oferecer e formular novas experiências de aprendizado para atingir exponencialmente mais pessoas com um aprendizado de alto impacto.

Não sabemos como será o mundo nas próximas décadas para entender quais habilidades serão necessárias.

Mas a Universidade Corporativa poderá, usando as metodologias e tecnologias adequadas, trazer soluções educacionais que ajudem a “aprender a aprender”.

Uma das prioridades é deixar as pessoas desenvolverem novas habilidades para adquirirem aptidões necessárias para lidar com os desafios da tecnologia e do pensamento digital.

No caso de escolas, os professores se encontravam em um ambiente analógico, e com a chegada da pandemia foram praticamente obrigados a trabalhar em ambientes digitais. Percebemos uma grande resistência não só por parte dos professores como também dos pais e dos alunos. Foi uma mudança abrupta, que requereu um novo mindset, além do domínio de ferramentas digitais e de todo um planejamento para “desenhar” atividades usando outras mídias para atender os alunos. Foi difícil!

No caso de empresas, onde havia Universidades Corporativas já implementadas com sucesso, essa transição foi mais rápida, pois foram preparadas soluções educacionais que permitiram aos empregados ganhar fluência digital para trabalharem em casa.

Outro ganho oferecido pelas Universidades Corporativas durante a pandemia foi a maior utilização de dados no momento de tomar decisões, uma vez que as pessoas estavam separadas fisicamente e acessavam seus próprios dados, que deveriam ser compartilhados com os demais envolvidos nas decisões.

A mentalidade direcionada para dados é muito importante para praticamente toda a organização, mas de diferentes formas. A interpretação dos dados, ou mesmo estabelecer o que “perguntar aos dados”, tornou-se um grande desafio para todas as organizações. Foi um momento muito delicado… Muitas vezes os líderes não sabiam o que fazer com tantos dados à sua disposição.

Muitas Universidades Corporativas criaram, por exemplo, outros mecanismos e dispositivos para “líderes ensinarem líderes”.

Sabemos que a pessoa que ensina a alguém o que aprendeu tem a possibilidade de organizar seu pensamento, estabelecer um método e determinar objetivos.

Isto se transformou em oportunidade de aprendizado para outros colegas, empoderando quem aprendeu e quem ensinou em “Rodas de Conversas Digitais”, “Fica a Dica!”, “Um Minuto de Atenção”, “Pílulas de Aprendizado”, e muitas outras metodologias ativas, que ampliaram a comunicação interáreas e aproximaram as pessoas.

Mas, para que essa mentalidade se torne parte da cultura da empresa, todos os empregados precisam internalizar os princípios da “co-laboração”, da “co-operação”, do “com-partilhamento” de saberes e fazeres.

E isso só se concretizará se o aprendizado for distribuído por toda a empresa e se estiver disponível para que todos se beneficiem dele. Portanto, é preciso repensar a forma como o aprendizado é oferecido.

Ter colegas como instrutores amplia enormemente o número de treinadores e especialistas desenvolvedores de conteúdo.

A aprendizagem digital amplia o alcance de oportunidades de aprendizado para mais empregados, sem que a empresa precise se preocupar com o número de inscritos, conflitos de horário e custos de viagem. Os empregados podem acessar os conteúdos quando e onde quiserem, de forma mais personalizada, em várias mídias, como textos, áudios, vídeos e outros.

As Universidades Corporativas podem prever períodos de aprendizado no calendário funcional e aplicativos para dispositivos móveis que podem propor questões ao longo do dia de trabalho. Podem oferecer jogos e simulações e encorajar especialistas a produzirem vídeos instrucionais semelhantes aos do YouTube. As mais avançadas já promovem o uso de inteligência artificial para desenvolver motores de recomendações que, orientados pelo comportamento individual e de colegas, sugerem atividades de aprendizado, moldadas para cada funcionário específico.

Assim, é possível criar experiências envolventes e eficientes para atender empregados onde quer que estejam e em qualquer tempo, trazendo ao sistema de aprendizado uma grande flexibilidade, que não era possível em ambientes presenciais.

Apesar de as experiências de aprendizado digital serem tão envolventes e eficientes, o aprendizado presencial ainda é importante – embora possa assumir novas formas.

As Universidades Corporativas devem, gradativamente, ampliar suas redes de conexões até os estrategistas de aprendizado, projetistas de experiências, criadores de conteúdo, desenvolvedores de softwares, mentores e coaches, agindo como cocriadores das soluções educacionais focadas nos resultados desejados pela organização.

Estimular o aprendizado com colegas, seja em assuntos técnicos, questões empresariais ou socioemocionais, ajuda a promover uma cultura que valoriza mais a expertise que a posição, uma vez que essas metodologias dão visibilidades aos especialistas de nível intermediário, diretores, gestores, entre outros.

Por fim, cabe às Universidades Corporativas medir os resultados e a contribuição do aprendizado para a estratégia geral da organização, em parceria com os líderes e demandantes de cada solução de aprendizagem. As formas de medir dependem do cargo ou da função do empregado e podem se estender às ferramentas que estão sendo criadas para os planos de aprendizado individuais, atrelados às questões de carreira, benefícios e projetos futuros da organização.

Portanto, as Universidades Corporativas assumem um papel mais proativo como suporte aos desafios atuais e futuros da organização. Elas estão tornando o aprendizado e o desenvolvimento das pessoas uma parte fundamental e integrante das agendas estratégicas de suas empresas.

 

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